Nos conhecemos no final dos nossos anos 20. Trabalhávamos no mesmo lugar, a FINEP, e na mesma área, C&T. Eu, na verdade, detestava a área. Fabio, ao contrário, parecia muito à vontade e feliz com o tema.  Gostando eu ou não, o fato é que fomos pioneiros na área de C&T no Brasil. Fomos os dois para Brasília, trabalhar no recém criado MCT.  Finalmente fiz voto de pobreza e fui para onde sempre deveria ter estado, a Universidade, no caso, a Universidade de Brasília, no Departamento de Ciência Política e Relações Internacionais.  Fabio continuou sua trajetória de sucesso. Voltou para o Rio. Cada um para o seu lado, mas não em lados opostos da amizade que continuou a nos unir.

Acompanhamos os filhos crescerem, procurarem, se perderem (Preocupado, Fábio?  Muuuito), e finalmente se acharem. Acompanhamos as crises dos casamentos, separações, reconciliações. Mas entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Os netos começaram a chegar. Para começar tudo de novo.  Mas, dessa vez, meu amigo, onde está você? Já foi tão cedo? Toma mais um chope, vamos curtir mais uma praia, vamos mais uma vez ao Arab do Tauille em dia de lua laranja! Não é mais possível. Agora, querido amigo, só dentro dos nossos corações, pra sempre.