Duende

Conto de Fabio Erber

A Herança

Se me olhar no espelho, posso vê-lo. Descontando, claro, meus quilos a mais e cabelos a menos. Um homem naturalmente corpulento, cabelos escuros, olhos pequenos, o nariz grande e adunco. A boca larga, sempre ocupada, desde criança, com balas, cigarros, chicletes, o que fosse.

Samuel, Sammy, e eu nascemos com um dia de diferença. Eu antes, o que talvez explique alguma coisa. Os dois, filhos únicos. Nossas mães eram gêmeas, o que talvez explique a coincidência.

Seguimos paralelos a infância e a adolescência. Só agora dá para ver que já haviam diferenças. Imperceptíveis, à época.

Separamo-nos, mesmo, quando fomos estudar nos Estados Unidos. Ou melhor, eu fui para estudar; Sammy foi mandado pelo pai. Tinha-se metido em uma encrenca, vendido algo que não tinha. Eu fui para o Leste. Boston. Harvard, Escola de  Direito. Sammy foi para o Oeste. Califórnia. Foi para Woodstock e não voltou.

De vez em quando,  mandava um postal. San Francisco, Los Angeles, Paris, Katmandu, Amsterdam.  Bancoc, Miami…Nada de muito prolixo. Wish you were here, love, nada mais. No meu aniversário, porém, era certo chegar um cartão.

Seu pai desesperava-se mas mandava-lhe dinheiro. Apesar da oposição virulenta e indignada do Tio Lemle, irmão mais velho e sócio principal do negócio. Meu pai também não aprovava, mas não era sócio. Eu me espantava por não me surpreender. Era como se uma parte minha, desconhecida, já antecipasse a bifurcação. O papel de filho e sobrinho modelo, advogado trabalhador, bom pai de família, não me desagradava.

Aos poucos, a geração mais velha foi morrendo. Nossas mães, sempre solidárias, foram com uma semana de diferença. Um ano depois, meu pai, e no  seguinte, o pai de Sammy. Um enfarte, ao voltar do banco onde foi remeter dinheiro para Sammy. No meio de uma discussão com Tio Lemle. Ninguém me disse porque discutiram, mas tenho as minhas idéias. Duvido que fosse por negócios. Tio Lemle era um gênio comercial e o pai de Sammy nunca questionou a ascendência do irmão mais velho. Não tinham outras paixões, salvo Sammy.

Sammy veio ao Brasil para o enterro. Antes, só voltara quando soube da morte da mãe, ao chegar do Nepal. Bom filho, à sua maneira, foi visitá-la no cemitério. Estava genuinamente triste com a morte do pai. A recusa de Tio Lemle, nosso único parente vivo, de vê-lo, deixou-o ainda mais acabrunhado.

Com a morte do irmão, Tio Lemle fechou o negócio, vendeu tudo e recolheu-se a um casarão em Petrópolis. Não casara nem tivera filhos.

Sammy herdou uma bela fortuna. Não me contou que negócios fazia lá fora mas encarregou-me de administrá-la. Eu sabia que sua intenção era torrá-la. Não precisava me dizer.

Fora as coisas práticas, pouco falamos. Nunca fôramos de muita conversa. Não questionamos a bifurcação, reconhecendo sua irreversibilidade. Sammy voltou para o exterior e a correspondência reduziu-se a ordens de pagamento para diversas partes do mundo. Os cartões de aniversário, porém, continuavam a chegar. Aos poucos, as ordens foram convergindo para a Califórnia, como um círculo se completando.

Este ano, a fortuna de Sammy estava acabando. Na mesma semana em que o avisei dessa iminência, minha secretária recebeu um telefonema de uma mulher que não se identificou: Tio Lemle queria me ver. Levei um susto, como se um fantasma tivesse entrado porta a dentro e pedido para fazer seu planejamento fiscal. Tio Lemle tornara-se um recluso tão eficiente, sem telefone, desencorajando abertamente qualquer visita, que eu acabara por esquecer que ainda existia.

Petrópolis virou algo detestável – a cidade média de interior. A parte comercial já estava chegando perto da casa do Tio, embora duvido que ele soubesse disso, ou se importasse. A casa, um mostrengo sem estilo, construída no início do século,  estava decrépita, as paredes externas descascadas, mostrando a alvenaria. A hera cobrira o largo portão, as grades, o muro da frente e avançava, intrépida, pelo portãozinho lateral, resistindo a quem tentasse abri-lo. Do lado de dentro, o mato  liquidou todos os competidores no antigo jardim. Ninguém, no entanto, acabara com a figueira, que, escura, dominava o pedaço. No meio do mato, pensando nas marcas que deixaria em meu terno claro, algo roçou minha perna. Esforcei-me para não gritar.

Os degraus da escada que dava acesso à varanda haviam rachado. Pedaços do corrimão de madeira e ferro batido e da grade que circundava a varanda haviam sido tragados pelo mato triunfante.

Já na porta assaltou-me o cheiro. Penetrante, perverso, de sujeira e podridão.

Com minha batida, a porta abriu-se. A penumbra fazia a sala parecer maior. O cheiro era espesso. Havia muitas respirações.

Finalmente, o enxerguei. Estava sentado numa poltrona no meio da sala. Cercado de gatos. Talvez tivesse esbarrado num deles, no mato.

A voz era aguda e anasalada. Tão fraca que parecia o fantasma da voz que eu lembrava. Mandou-me puxar uma cadeira e sentar-me. Não disse palavra de boas-vindas. Muito menos de agradecimento por ter largado tudo e subido a serra num dia útil.

Tomei coragem e abri uma janela.  Precisava de luz e ar fresco para não correr. Vários gatos reclamaram em antífona.

Tio Lemle virara um duende!

Encolhera, mas de forma desigual. A cabeça. agora, era enorme. Nela, ainda restavam alguns fiapos de cabelo branco, espalhados como tufos pela pele encardida. No meio da cabeça reinava absoluto o nariz, que se curvava sobre uma boca de lábios finos e alguns dentes amarelados. No queixo uns tufos de barba, que não chegava a ser branca. Sob a pele, viam-se os vasos, que davam ao rosto uma falsa aparência de corado. Sentado numa cadeira de rodas, coberto por uma manta de cor indefinida, o corpo parecia pequeno, mas as mãos, estriadas de azul e preto, ainda eram grandes.

A sala era uma ruína. Louça quebrada, alguns móveis também. E sujeira, por toda parte. Montes. O cheiro era insuportável. Também havia pilhas de livros, espalhadas por toda a sala.

Fechei a parte de cima. Há anos que não vou lá. Tenho um acerto com uma mulher da redondeza. Faz a comida e deixa na porta uma vez por semana.

Aos poucos, a voz ia recobrando força. Há quanto tempo não falava com um ser humano ? Vivo, pelo menos ?

Já satisfez a curiosidade ? Viu como vive o seu velho tio ? Então vamos aos negócios, que não o tirei do escritório num dia útil para ficar falando bobagens!

Era a voz do Tio Lemle como a lembrava, dando instruções ao pai de Sammy ou a meu pai, mandando-me estudar para progredir na vida. Sentei-me à sua frente.

Trouxe o gravador, como mandei ? Tome notas também, porque não confio muito nessas coisas.

Fez uma pausa.

-Na verdade é simples. Estou morrendo.

Abanou a mão com força, para impedir-me de falar.

-Sei que sente. Alguma coisa.

Olhou-me fixo nos olhos.

-Não estou senil nem maluco, sobrinho. Apenas sei que a morte está muito perto.

Relaxou e mostrou-me os poucos dentes.

-Andei muito ocupado, estudando coisas que não lhe interessam. Mas agora, tenho algo a fazer que é da sua área. Meu testamento.

Olhou-me fixo novamente. Parecia reunir forças.

-Nomeio meu sobrinho Samuel meu herdeiro universal.

A voz era firme e a carga de prazer e ódio que trazia quase tirou-me da cadeira. Prosseguiu no mesmo tom.

-Meus bens são esta casa e seu conteúdo. A escritura da casa você encontra naquela gaveta. Pode examinar – está em ordem. Todos os impostos pagos, tudo em ordem para que meu sobrinho possa gozá-la.

Pensou um pouco.

-Mas o principal é o conteúdo. Que também lego a Samuel. Nele há um tesouro, que será dele, se souber achá-lo. E conservá-lo.

Pôs-se a rir. Gargalhava, com tal prazer que eu sentia calafrios, apesar do calor abafado da sala.

Fez-me repetir tudo e tocar a gravação. Recusou-se a esclarecer o que era o tal tesouro.

Trouxera um laptop e resolvemos tudo rapidamente. O tesouro ficou incluído no conteúdo da casa, sem especificação. Como dissera, era simples. Do ponto de vista legal. Antes de assinar, teve uma idéia.

-Coloque aí uma clausula adicional. No caso de falecimento de Samuel, a casa e tudo mais passam a você.

Com um risinho satisfeito, acrescentou :

-Não há risco de você encontrar o tesouro se Samuel não conseguir.

O olhar pôs-se vago e ficamos muito tempo em silêncio. Por fim, despediu-me com um gesto da mão. Pensei que deveria beijá-lo ou fazer algum gesto de carinho, mas não foi possível.

Quando estava na porta, chamou-me de volta.

-Não deixe de tocar essa gravação para Samuel, quando chegar a ocasião.

Atravessei o jardim quase correndo. Tinha a sensação de ser observado.

Uma semana depois, a mulher que lhe preparava a comida telefonou para comunicar o falecimento de Tio Lemle. Para minha surpresa, chorava muito e dizia que ele era uma ótima pessoa. Enterrei-o em Petrópolis mesmo. Estávamos só ela e eu. Era velha, gorda e tinha um ar de boa pessoa, um pouco pateta. Mandei fechar a casa e contratei um vigia.

Sammy chegou no fim do mês. Nada pareceu espantá-lo. Ouviu a gravação com o mesmo espírito com que escutara meu relato. Tio Lemle, no fundo, era um bom sujeito e gostava dele. No fim da vida, reconhecera que fora injusto e corrigira o erro deixando seu dinheiro para quem mais precisava. E precisava muito!

O cinzeiro já transbordava mas acendeu outro cigarro. Penso que interpretou mal  minha cara, porque perguntou :

-Você não se incomoda? Com a herança? Meti-me em uns negócios complicados e estou a perigo. Meus…clientes, não são do tipo que se queixa ao bispo. Ou ao advogado.

Não comentou mais e também mais não perguntei. Marcamos para ir a Petrópolis no dia seguinte, mas um mal súbito me impediu. Sugeri adiarmos para o fim de semana, mas ele estava com pressa. À noite veio ver-me. Anunciou que parara de fumar e ofereceu-me um drops.

-Estive lá. Bad vibrations, man. Dá para vender? Tipo rápido?

Vender é sempre possível, depende do preço. Rápido, mesmo barato, é difícil.

Pensei que Sammy devia estar mesmo pressionado, para ter esquecido assim o que nossos pais e o tio Lemle teriam dito.

-Então, só me resta achar o tal tesouro. Pelas minhas contas, tenho quinze dias. Vou precisar de ferramentas, roupas e comida. Me empresta algum?

Ofereci emprestar-lhe o que precisava para pagar os tais “clientes”.

-Só in extremis. Esse é um negócio em que é melhor você não se meter. E, depois, o Tio Lemle deixou-me um tesouro!

Ofereci para ajudá-lo na busca.

-Muito grato. Mas tenho a intuição de que o Tio arrumou as coisas de modo que, seguindo a minha cabeça, vou acabar achando. No offence meant, mas sinto que você vai acabar atrapalhando. Sua cabeça ficou muito diferente.

Rindo, enfiou outro drops na boca.

No dia seguinte pegou as plantas da casa no meu escritório e subiu.

Tive uma semana especialmente complicada, mas, à noite, não conseguia não pensar em Sammy  e no Tio Lemle. Talvez Sammy tivesse razão. No domingo, não resisti e subi.

Cheguei no meio do dia. Todas as janelas e portas estavam abertas. Na varanda, encontrei Sammy, sem camisa, suarento, com o rosto vincado. Levou-me para a sala. Fizera uma retícula na planta, com quadrados de várias cores. Um bom número estava riscado.

-Olha aí! Adotei um método racional. Depois de estudar a casa, dei probabilidades a cada lugar e comecei a procurar. Comecei pelo térreo, para depois ir para o andar de cima e o porão.

Deixou-se cair numa cadeira, que rangeu.

-Nada! Nada vezes nada! Nesse ritmo, posso passar anos aqui; nessa catacumba! E tempo não tenho!

Voltamos para a varanda. Estava muito tenso. Perguntei-me se dormira ou mantivera a busca durante as noites. Encheu a boca de balas. Dava para alimentar-se de balas? Falava entredentes.

-Estive pensando. O tesouro só pode ser de coisas muito duráveis, fisicamente. Duráveis em valor também. Ações, títulos, papel, estão fora. O velho já deve ter escondido há tempo, pelo estado de saúde que você descreveu. Só pode ser ouro e pedras preciosas!

Ocorreu-me uma idéia terrível :

-E se for algum conhecimento? Ele falou de pesquisas que eu não iria entender.

Ria muito. As lágrimas corriam soltas.

-Você está fora de sintonia com o velho. Dinheiro, grana, era o que lhe interessava e que preciso!

Pegou-me pelo braço:

-Vamos almoçar, brother. Estou sentindo que estou na trilha errada.

Depois do almoço despachou-me de volta para o Rio. Quando parti, estava sentado em baixo da figueira, fumando um cigarro de maconha, totalmente indiferente à reação dos vizinhos.

Dois dias depois entrou em meu escritório. Estava ainda mais magro, a barba crescida, as roupas  mais sujas. Mas os olhos brilhavam. Ofereceu-me balas. Tentava parecer frio, mas a voz tremia.

-Depois que você foi embora, fiquei lá pensando. Tinha certeza de que estava no caminho errado. Aí, tentei pensar como Tio Lemle. Imaginar como ele me via. A sensação de erro foi Então, veio o primeiro clique. Não era para seguir uma estratégia racional,  certinha. Para isso, ele teria chamado você. Eu, eu sou o porra-louca da família!

-Esperei a noite e tomei um ácido. Oh boy! Que viagem naquela casa! No início, foi meio sinistro. Todas aquelas sombras. Tive medo de estar entrando numa very bad trip. Mas, depois, fui-me acostumando. Saí andando pela casa, vendo coisas, cores, que nunca tinha visto antes. As madeiras estalando pareciam tiros. Longe, ouvia a voz de Tio Lemle me chamando, mas não conseguia localizar. Andei pelo térreo, onde tudo era marrom. Na andar de cima, era verde e azul. Aí fui para o porão. A voz era mais forte. Como quando ia lá em casa levando um presente. Vermelho. Bordô. Muito sangue. Rosa também, pouco mas tinha. Uma coisa grudou no meu rosto. Deu tanto horror, medo, que caí no chão. Devia ser uma teia de aranha. Fiquei lá sentado, cercado de sangue, quase sem respirar. Então comecei a ouvir uns barulhos. Passinhos. Depois, vi uma sombra. Enorme! Acho que encostei numa parede, me escondi atrás de uma pilastra. Era um homenzinho. Bem pequeno. Com cabeção, perninhas curtas. Barbudo.

Pulei em cima dele. Não lembro bem o que aconteceu, mas segurei-o firme.  Ficamos assim, nos encarando, e aí eu disse que queria o tesouro do Tio Lemle. Que o Tio Lemle tinha deixado para mim. Ele disse que eu podia ser o herdeiro mas que ele tinha a posse. Parecia um advogado, o desgraçado! Aí, fiquei muito irado e apertei a garganta  dele. Começou a espernear e gemer e lembrei que, se  ele morresse, eu nunca acharia o tesouro. Coloquei-o no chão e fiz um trato. Podíamos dividir o tesouro. Metade para cada um. Aí  soube que o tesouro estava com ele. Tinha uma bolsa no cinto, que arranquei. Não tenho muita lembrança do que aconteceu depois. Acho que saí correndo…Na manhã seguinte, acordei em baixo da figueira, com isso na mão!

Mostrou-me uma bolsinha de couro, franjada nas pontas.

-Não tenho noção de como foi parar lá nem onde achei! Dentro havia isso…

Na palma da mão tinha os dois diamantes mais maravilhosos que já vi. Tenho um cliente que é obcecado por diamantes e acabei aprendendo bastante. Ficamos os dois ali, bestificados, olhando para as pedras. Fechei os olhos, para quebrar o encantamento e empurrar a inveja. O tesouro do Tio Lemle era um tesouro mesmo!

Sammy deu uma gargalhada e guardou os diamantes.

-Com isso, pago as minhas dívidas e posso retomar minha vida!

-E o homenzinho, duende, ou o que fosse? perguntei. Você não ficou de dar um para ele, racharem o tesouro?

-Um duende de ácido?! Rachar um tesouro com um duende? Oh man, quem ficou doido foi você! Vou para o hotel, descansar! Amanhã nos falamos.

Ria muito e quando saiu do escritório ainda dava para ouvir sua gargalhada. Ouvi de novo a gravação do Tio Lemle, mas não espantou a minha angústia.

Na manhã seguinte, telefonaram-me do hotel. Nervosíssimos. A camareira encontrara Sammy. Morto, deitado na cama. Não havia sinais de violência; tudo indicava uma morte natural. Queriam evitar um escândalo.

Chamei o médico da família e fomos para o hotel.

Era uma suíte. Enorme. Sammy começara a gastar por conta.

Estava deitado na cama. De pijama de seda, novo. Os olhos e a boca abertos. Um ar perplexo. Deu-me aflição olhá-lo.

Havia comprado uma mala nova e roupas também. O gerente fez abrir o cofre em minha presença. Lá estavam o passaporte, cartões de crédito e algum dinheiro. Mas não havia rastro da bolsinha nem dos diamantes. Interroguei o gerente. Não havia registros de visitas, ninguém vira nada. Mas poderiam ter subido direto, se soubessem o número. Era um hotel grande – não dava para controlar tudo. Sammy dera dois telefonemas internacionais. Para San Francisco. Os dois muito curtos.

O médico chamou-me de lado. Parecia muito espantado. Tinha um dos diamantes entre os dedos.

-Estava na garganta. Descobri por acaso.

Ficamos um tempo olhando a pedra. Eu, pensando em Sammy e suas transações. Ele, não sei.

-Ele morreu sufocado.

Pensei nas balas de Sammy. Na nossa infância. Lembrei do Tio Lemle.

-Ponha aí ataque cardíaco. Não vamos complicar as coisas.

O outro diamante não foi achado. Prefiro crer que Sammy o engoliu, mas não tive coragem de pedir uma autópsia. Que descanse em paz. Ele, o Tio Lemle e os demais.

O diamante que restou, vendi para meu cliente. Há pouco tempo, ele me assegurou que outra pedra parecida não apareceu no mercado. O que não quer dizer muito. A casa, mandei demolir, cimentar o chão e virou estacionamento. Só deixei a figueira, mesmo que o manobreiro reclame.