Um economista do desenvolvimento
Wagner Bittencourt de Oliveira, Estratégias de desenvolvimento, política industrial e inovação: ensaios em memória de Fabio Erber / Organizadores: Dulce Monteiro Filha, Luiz Carlos Delorme Prado, Helena M. M. Lastres. – Rio de Janeiro : BNDES, 2014.
texto escrito pelo então Vice-presidente do BNDES
Fabio Erber foi um economista do desenvolvimento, precursor e protagonista das políticas de inovação no Brasil. Homem de ideias e ações que teve sua trajetória profissional marcada pelo desafio na realização de mudanças econômicas fundamentais para o país. Professor, intelectual e policy maker, sua produção científica influenciou gerações de economistas, e englobou desde o reconhecimento do papel fundamental de setores como bens de capital, até questões mais centrais do pensamento desenvolvimentista.
No BNDES, onde ingressou como economista em 1964, ocupou duas vezes o cargo de diretor, participando de ações que marcaram momentos importantes da instituição. Em 1992-1993, foi responsável pelas áreas de crédito direto para a indústria, agricultura e serviços, em um período delicado de tentativa de recuperação do papel das políticas de longo prazo. Como diretor responsável pela Área de Planejamento, em 2003-2004, participou direta e ativamente da formulação e execução da primeira iniciativa de política industrial, com foco na estrutura produtiva do país, considerando o papel diferenciado de setores e cadeias produtivas na dinâmica do desenvolvimento econômico e das inovações tecnológicas. Em 2004, de forma a contribuir para a implementação da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), lançou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica (Profarma) do BNDES, que contemplou subprogramas específicos de estímulo ao investimento, ao fortalecimento das empresas nacionais e a pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nesse mesmo ano, foi recriado o Fundo Tecnológico (Funtec), destinado a apoiar a inovação com recursos do lucro do BNDES, o qual recupera importante instrumento complementar ao crédito e à participação acionária, extinto quando da criação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), atual Agência Brasileira de Inovação.
A lembrança que fica é que suas ideias não estavam restritas apenas ao mundo acadêmico. Fabio Erber esteve diretamente envolvido na formulação e execução da política econômica de longo prazo, em especial da política de desenvolvimento tecnológico e industrial, nos momentos cruciais do país.
Artigos relacionados
In: Encontro Nacional da Indústria, 1984
A Política Tecnológica da Segunda Metade dos Anos Oitenta
Estratégias de desenvolvimento, política industrial e inovação: ensaios em memória de Fabio Erber, 2014